Bahia Guerra de Facções Polícia

Assassinato de Advogada em Ipiaú Gera Controvérsia e Mobiliza OAB

 

    A advogada criminalista Maria das Graças Barbosa dos Santos, de 50 anos, foi assassinada a tiros nesta segunda-feira (24) em Ipiaú, Bahia. Segundo investigações preliminares, o crime pode ter sido encomendado pelo Comando Vermelho (CV), uma facção criminosa que teria considerado a vítima como integrante do grupo rival, Primeiro Comando da Capital (PCC).

Conexões com Facções Criminosas

Fontes policiais informaram que a advogada não apenas defendia integrantes do PCC, mas também era considerada um membro da facção. Entre seus clientes estava Marcos Antônio dos Santos Xavier, conhecido como “Juca”, preso no início de fevereiro em Santa Catarina. Ele era apontado como uma das principais lideranças do PCC na região de Ipiaú e cidades vizinhas.

Cinco dias antes de sua morte, Maria das Graças fez uma postagem enigmática em suas redes sociais. Na imagem, ela aparece em frente a uma delegacia com a legenda: “Delegacia não é igreja. Delegado não é padre para você confessar seus pecados. Fique em silêncio e aguarde sua advogada”, acompanhada da música “A Cara do Crime”, que cita a relação de criminosos com a vida fora da lei.

Execução Brutal

A advogada foi morta na rua Francisco José de Souza, no bairro Senhora Aparecida. Testemunhas relatam que criminosos invadiram sua casa e, ao perceberem os latidos dos cães que ela abrigava, a vítima tentou fugir. No entanto, foi alcançada e executada a tiros ao lado do carro de um vizinho. No local, foram encontradas cápsulas de fuzil e pistola calibre 380.

OAB Rebate Acusações

Diante das informações divulgadas sobre uma suposta ligação da advogada com facções criminosas, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) emitiu uma nota defendendo a profissional. A entidade afirmou não haver qualquer registro de infração ético-disciplinar contra Maria das Graças e repudiou a tentativa de associar sua atuação à criminalidade.

“Advogados defendem réus, mas não os crimes cometidos por eles. Criminalizar advogados por exercerem seu trabalho é um risco ao Estado Democrático de Direito”, destacou Daniela Borges, presidenta da OAB Bahia.

A morte da advogada gerou comoção e trouxe à tona debates sobre a segurança dos profissionais da advocacia criminal. O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que busca esclarecer a autoria e motivação do crime.

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