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Unigel recusa proposta da Petrobras e mantém fábrica fechada na Bahia

A petroquímica Unigel recusou o acordo proposto pela Petrobras para reativar as fábricas de fertilizantes de Camaçari na Bahia e de Laranjeiras, em Sergipe, fechadas há dois anos. A companhia não concordou com os termos da operação de salvamento por parte da petroleira, que a obrigava a participar de uma licitação para definir a operadora das fábricas. A informação é da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

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Nesta sexta-feira, 9, o Conselho de Administração vai discutir uma extensão do prazo para a definição do imbróglio para acomodar os interesses da Unigel, que está em recuperação judicial.Na proposta original discutida na companhia, que deveria ter sido votada no final de março, a estatal abriria mão de um pleito de R$ 1,4 bilhão na Justiça e ainda pagaria R$ 200 milhões para a baiana voltar a operar as fábricas de ureia e amônia com dispensa de licitação.Esse desenho, segundo interlocutores da Petrobras, contou com a influência de um grupo de políticos apelidados internamente de “Clube da Bahia”. Mas a solução dividiu o conselho e levou a uma discussão acalorada entre seus integrantes, que temiam ser alvo de processos do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal (MPF).A dispensa de licitação preocupou até mesmo alguns conselheiros nomeados pelo governo Lula, que atuaram para eliminar essa previsão do acordo. Defensora do salvamento da Unigel, a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, cedeu temendo uma derrota na votação do conselho.O acordo final, então, passou a prever a realização de uma concorrência para escolher quem vai operar as fábricas, da qual a Unigel teria que participar. E mesmo assim não agradou a todos: a proposta foi aprovada com sete votos de conselheiros ligados ao governo, acionista majoritário, e o voto contrário de quatro conselheiros minoritários.ParalisaçãoEm março de 2024, a Unigel anunciou a paralisação temporária das fábricas de fertilizantes nitrogenados. A empresa afirmou que ingressou no setor de fertilizantes, em 2020, esperava a abertura do mercado livre de gás natural no país, razão para ter investido cerca de R$ 600 milhões em duas fábricas arrendadas da Petrobras na Bahia e em Sergipe.Segundo a empresa, as unidades utilizam o gás natural como sua principal matéria prima, gerando cerca de 600 empregos diretos, fomentando as economias locais e a arrecadação de impostos.Na época, a companhia ainda afirma que somou prejuízos durante todo o ano de 2023 e também em 2024, mas manteve a maior parte de seu quadro de funcionários.

Fonte: atarde.com.br

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