O ex-presidente Michel Temer (MDB) saiu em defesa do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, indicado por ele à corte em 2016. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Temer afirmou que Moraes não é radical, e que passou a adotar uma postura ante os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 que visam a pacificar o país.
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O magistrado é o principal alvo dos seguidores de Jair Bolsonaro (PL), que o acusam de perseguição política e buscam a anistia dos invasores da praça dos Três Poderes. Moraes foi ministro da Justiça de Temer até a indicação para a vaga aberta em 2016 com a morte de Teori Zavascki.O ex-presidente repetiu sua posição de que o Congresso Nacional tem competência para perdoar os acusados pelos ataques, mas ressaltou considerar mais útil o Supremo resolver o assunto com uma nova dosagem das penas.”Daqueles [do] 8 de janeiro, ele já liberou muita gente. Então, ele fez uma coisa adequada no momento que deveria fazer, não é? Para garantir as eleições e está fazendo agora com vistas à pacificação do país. Aquelas penas de 14, 15, 17 anos devem ser reduzidas. Isso está começando a acontecer. E há instrumentos jurídicos para isso”, disse Temer.Temer ainda disse que o magistrado não é radical e agiu com coragem para garantir as eleições em 2022. “Tanto não é radical, e eu vou dar exemplos concretos, que, ao longo do tempo, você percebe que ele começou a libertar pessoas. Você viu que o Fernando Collor foi para casa, Roberto Jefferson também”, afirmou.“O Brasil deve muito a ele, porque não há dúvida de que ele teve uma coragem jurídica e até pessoal lá no TSE para garantir as eleições.”EleiçõesEm entrevista ao programa Canal Livre, da Band, veiculado no domingo, 11, Michel Temer diz acreditar que as crises que o governo Lula (PT) vem enfrentando com o Congresso Nacional e a queda de popularidade com os brasileiros podem fazer com que o mandatário repense sobre disputar a reeleição em 2026.“Eu acho que o presidente Lula não tem feito uma coisa que ele fazia muito nos primeiros mandatos. Ele dialogava muito com o Congresso Nacional. Segundo ponto, caiu a popularidade dele, sem dúvida alguma. O que penso fará com que ele medite duas ou três ou dez vezes para ser candidato à Presidência pela quarta vez”, disse o emedebista.Ao fazer uma análise sobre o cenário nacional, Temer aposta no crescimento da direita, com o lançamento de uma candidatura única. “Eu vejo que, nas conversas que eu tive com alguns governadores, eles estão muito dispostos a uma coisa dessa natureza. Se saírem cinco candidatos deste lado e um único candidato do outro lado, é claro que o candidato do outro lado vai ter uma vantagem extraordinária”, declarou.O ex-mandatário ainda negou que disputará as eleições de 2026. Ao programa, ele diz “não ter disposição” para concorrer a um cargo eletivo. “Eu descarto. Eu passei 32 anos na vida pública. Ocupei praticamente todos os cargos na República, inclusive a Presidência do Brasil. Então confesso que não tenho mais disposição para tanto”, arrematou.
Fonte: atarde.com.br